Democracia esclarecida e cidadania
Vale considerar a índole constitutiva do povo brasileiro, propensa à democracia étnica natural, que levou, há tempos, Gilberto Amado a vislumbrar o Brasil como: “a primeira grande experiência que faz na história moderna a espécie humana, para criar um grande país independente, dirigindo-se por si mesmo, debaixo dos trópicos.”
A cordialidade temperamental não é suficiente para forjar o caráter virtuoso de uma democracia esclarecida, voltada para o bem comum. Necessária é a intencionalidade política educativa, aproveitando tal condição favorável. A participação social esclarecida se constrói através dos conhecimentos, hábitos e valores de cidadania, compartilhados socialmente.
As disputas políticas podem ser construtivas, o que se deve evitar são os antagonismos arbitrários. O exemplo de pugnas legítimas deve vir, em primeiro lugar, dos representantes públicos. Na proximidade das eleições permita-se considerar o pensamento do ex-governador catarinense Jorge Lacerda: “Os êxitos políticos, que nas democracias costumam revesar-se através dos periódicos pronunciamentos das pugnas eleitorais, não devem constituir uma finalidade em si mesmos, mas sim, um instrumento superior para a realização de planos administrativos que consultem efetivamente os anseios e os ideais das coletividades.”
Os pontos de vista divergentes são necessários para a construção democrática, porquanto esta requer a conscientização de todos e cada um dos indivíduos para o respeito às opiniões legítimas dos outros. O diálogo construtivo e a compreensão das ideologias em conflito desenvolve a cultura cidadã. As controvérsias, “combatendo-se no terreno dos interesses contingentes, e completando-se na esfera dos deveres superiores”, caracterizam, como queria Rui Barbosa, a verdadeira democracia.
O governo democrático é essencialmente dialógico, exige abertura para aprender e somente quem sabe aprender, governa. Princípio-chave é o da promoção de políticas de aprendizagem e mobilização social, de modo que, cidadãos de um município cresçam em envolvimento, em maior responsabilidade para solução dos problemas. A abordagem decisiva é a do municipalismo bem esclarecido, que exige que prefeitos tenham capacidade de interação e de mobilização de pessoas e instituições em favor da solução dos problemas da educação, da violência, da droga etc. No IV Congresso Nacional de Municípios o ex-governador catarinense esclarecia: “É o sentido exato do municipalismo, que não significa o insulamento nos quadros estreitos dos âmbitos locais. Assinalava T. S. Elliot, que o organismo espiritual de uma nação é a integração natural e espontânea das expressões e realidades de um país. E é importante, dizia ele, que um homem se sinta não apenas cidadão de determinada parte de seu país, com lealdades locais”.
A escolha judiciosa dos representantes públicos contribui para a renovação política. Trata-se de favorecer aqueles cuja prática cidadã seja rica em valores democráticos. Critério válido é o de priorizar o voto àqueles que estão comprometidos com o respeito e responsabilidade sociais. A democracia esclarecida exige escolher candidatos com espírito ético, comprometidos com as causas sociais e com capacidade de aceitação das críticas construtivas. Foi critério acertado de Lacerda, que recolhia como colaboração as críticas que porventura se formulassem à sua ação administrativa, pois deseja “a análise vigilante da atividade governamental”. Recebia, igualmente, com prazer, sugestões que se traduzissem em planos ou programas de trabalho.
Lacerda tinha um ideal claro, que devemos perseguir em todo candidato a cargo público: “Ao término do meu mandato, menos me lisonjearão as referências a empreendimentos materiais e culturais que lograr concluir, do que as que espero que façam, mercê de Deus, a um governo que prezou a Justiça e defendeu a Liberdade.”
A cordialidade temperamental não é suficiente para forjar o caráter virtuoso de uma democracia esclarecida, voltada para o bem comum. Necessária é a intencionalidade política educativa, aproveitando tal condição favorável. A participação social esclarecida se constrói através dos conhecimentos, hábitos e valores de cidadania, compartilhados socialmente.
As disputas políticas podem ser construtivas, o que se deve evitar são os antagonismos arbitrários. O exemplo de pugnas legítimas deve vir, em primeiro lugar, dos representantes públicos. Na proximidade das eleições permita-se considerar o pensamento do ex-governador catarinense Jorge Lacerda: “Os êxitos políticos, que nas democracias costumam revesar-se através dos periódicos pronunciamentos das pugnas eleitorais, não devem constituir uma finalidade em si mesmos, mas sim, um instrumento superior para a realização de planos administrativos que consultem efetivamente os anseios e os ideais das coletividades.”
Os pontos de vista divergentes são necessários para a construção democrática, porquanto esta requer a conscientização de todos e cada um dos indivíduos para o respeito às opiniões legítimas dos outros. O diálogo construtivo e a compreensão das ideologias em conflito desenvolve a cultura cidadã. As controvérsias, “combatendo-se no terreno dos interesses contingentes, e completando-se na esfera dos deveres superiores”, caracterizam, como queria Rui Barbosa, a verdadeira democracia.
O governo democrático é essencialmente dialógico, exige abertura para aprender e somente quem sabe aprender, governa. Princípio-chave é o da promoção de políticas de aprendizagem e mobilização social, de modo que, cidadãos de um município cresçam em envolvimento, em maior responsabilidade para solução dos problemas. A abordagem decisiva é a do municipalismo bem esclarecido, que exige que prefeitos tenham capacidade de interação e de mobilização de pessoas e instituições em favor da solução dos problemas da educação, da violência, da droga etc. No IV Congresso Nacional de Municípios o ex-governador catarinense esclarecia: “É o sentido exato do municipalismo, que não significa o insulamento nos quadros estreitos dos âmbitos locais. Assinalava T. S. Elliot, que o organismo espiritual de uma nação é a integração natural e espontânea das expressões e realidades de um país. E é importante, dizia ele, que um homem se sinta não apenas cidadão de determinada parte de seu país, com lealdades locais”.
A escolha judiciosa dos representantes públicos contribui para a renovação política. Trata-se de favorecer aqueles cuja prática cidadã seja rica em valores democráticos. Critério válido é o de priorizar o voto àqueles que estão comprometidos com o respeito e responsabilidade sociais. A democracia esclarecida exige escolher candidatos com espírito ético, comprometidos com as causas sociais e com capacidade de aceitação das críticas construtivas. Foi critério acertado de Lacerda, que recolhia como colaboração as críticas que porventura se formulassem à sua ação administrativa, pois deseja “a análise vigilante da atividade governamental”. Recebia, igualmente, com prazer, sugestões que se traduzissem em planos ou programas de trabalho.
Lacerda tinha um ideal claro, que devemos perseguir em todo candidato a cargo público: “Ao término do meu mandato, menos me lisonjearão as referências a empreendimentos materiais e culturais que lograr concluir, do que as que espero que façam, mercê de Deus, a um governo que prezou a Justiça e defendeu a Liberdade.”