segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Artigo publicaod em: 04/08/2008

Empreendedorismo


Empreender exige prudência! "É prudente o que vê ao longe, o que é perspicaz e prevê com certeza através da incerteza dos acontecimentos". Empreender na direção errada significa correr muito, mas fora do caminho. Os grandes empreendedores destacam-se porque manuseiam mais conhecimentos que os demais e a realidade aparece cheia de possibilidades aos seus olhos por serem capazes de interpretá-la em um grande número de operações.
A inteligência criadora exige do empreendedor as etapas de qualquer atividade humana como o tempo de preparar a terra, semear, cuidar do campo, colher e armazenar. O seu descuido confirma a máxima: "Erraste o caminho se desprezas as coisas pequenas." Vem como luva à mão o conselho de São Josemaría Escrivá ao dizer: "Não esqueças que, na terra, tudo o que é grande começou por ser pequeno. O que nasce grande é monstruoso e morre."
Quem não calcula antes de construir é bem provável que não termine a sua casa e seja motivo justo de chacota. Hoje no Brasil, mesmo sendo necessária a atividade do empreendedor para gerar riqueza e novas frentes de trabalho, sobra-lhe arrojo que o leva tantas vezes à temeridade, porquanto não se detém para conhecer bem o mercado e os seus possíveis riscos.
É necessário difundir os conhecimentos mínimos para iniciar o processo de gestação do empreendedor forjado nas virtudes do caráter como são a prudência, para melhorar o seu processo de tomada de decisões, a justiça para ser íntegro no serviço a todos implicados com a sua atividade, a temperança que possibilita o autocontrole, pois sem ela facilmente se perde o domínio de qualquer empreendimento e a fortaleza para atuar com audácia e magnanimidade - capacidade das almas grandes e empreendem metas grandes - e simultaneamente faz resistir às dificuldades que se interpõem no seu caminho.
É muito sugestivo outro pensamento de Escrivá: "Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente? - Um tijolo, e outro. Milhares. Mas, um a um. - E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que são bem pouco ante a mole do conjunto. - E pedaços de ferro. - E operários trabalhando, dia a dia, as mesmas horas... Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... À força de pequenas coisas!" Nele encerram-se grandes ensinamentos, pois primeiro é preciso ter em mente o plano de ação e depois estar com os braços e a mente bem firmes para trabalhar com constância, cuidando de todos os detalhes até conseguir os resultados.
Também há razão de sobra no pensamento: "Não julgues nada pela pequenez dos começos. Uma vez fizeram-me notar que não se distinguem pelo tamanho as sementes que darão ervas anuais das que vão produzir árvores centenárias." O valor de uma atividade depende do seu "código genético", da sua arquitetura, isto é, do espírito com que ela nasce. Esse "código genético" é a sua competência essencial, o que a distingue intrinsecamente das outras atividades como fator de crescimento seguro. Revela-se tal competência-chave pela qualidade do conhecimento que se agrega à atividade, pelos aspectos inovadores difíceis de serem imitados e pelo desenvolvimento das pessoas colocadas no cerne desta atividade.
Há três aspectos-chave para o crescimento das competências do empreendedor: saber, querer e fazer. Não é suficiente saber, pois do saber ao fazer é preciso desenvolver disposições para atacar as questões com objetividade, firmeza e perseverança. O empreendedor desenvolve-se na forja em que o fogo é o conhecimento e o trabalho árduo é o malho que configura a atividade.
O Brasil precisa de muitos empreendedores que trabalhem eticamente para construir a nação. Há muitas frentes em que lutar e há muita coisa por fazer, o país pode crescer e deve crescer muito e especialmente para eliminar as distâncias entre os mais ricos e os mais pobres. A atitude que se pretende nestas considerações é proativa. Jorge Lacerda, governador catarinense, instigava a buscar nos desbravadores o exemplo de coragem, o estímulo para a luta e para o trabalho, dizia ele: "No começo, pois, tudo conspirou contra o desbravador nos seus primeiros arremessos pelo sertão adentro. A luta pela posse do meio não conheceu tréguas na sua agressividade. Daí essa energia inquebrantável que mais tarde se transformou em força criadora e trabalho construtivo, energia que vamos encontrar, não só nos nossos maiores, mas também, entre os humildes, na vida anônima do homem comum, símbolo de grandeza ignorada e resistência moral numa época de perturbadoras descrenças e fundos pessimismos."

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